30 de dezembro de 2008

Arte da Investida

Em homenagem ao livro que acabo de ler de Sun Tzu: A Arte da Guerra, eu faço um texto aqui sobre a arte de investir em uma mulher, talvez capítulo 1, sei lá... rsrs eu tentei escrever seguindo a linhagem do grande mestre e achei muito legal a tentativa; a idéia é nos divertir mesmo. É muito assunto e o tema nos leva longe - páro de escrever aqui por cansaço mesmo; não sei se agradarei todos não... ui ui ui
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A Arte da Investida

Uljota diz: Se tu amas, de todo o teu coração, alguma mulher, age. O homem que não faz por onde dificilmente obtém o que deseja. Conheça-a antes de tudo. Espia seus movimentos, entra em seu pensamento, conhece seu gosto, seus amigos, suas simpatias. Não deixa escapar nada. Antes de agir é muito necessário saber como agir; a observação não pode ser confundida com apenas a contemplação, é antes de tudo teu guia.

Depois observa quem és. Tuas compatibilidades com ela, tuas afinidades e vês já se a "batalha" poderia ser ganha ou perdida. Muitas vezes a mulher é conquistada antes mesmo de se investir nela, antes mesmo de se mover uma palha em sua direção, ou qualquer rosa. Nota se és tu quem ela precisa. Não é bom fazer esforço extraordinário ou desnecessário, saiba avaliar bem isto. Se ela é muito diferente ou precisa mudar algumas coisas sérias para te agradar por completo esquece-a! Ela não merece sequer o esforço do vigia. Nem tu merece o valor que ela tem.

Quando agir, sede sério. Não sede nem de mais nem de menos; nem seco nem molhado. Tudo em excesso é ruim. Tudo em falta é penoso. Sede como o Sol que oferece seus raios para iluminar, mas não obriga ninguém a recebê-los. Não sedes nunca pesado; nem leve demais. Tenta ser como você seria depois de muito tempo junto a ela. Note a dificildade desta façanha! Saiba que ninguém que age assim é infeliz.

A arte de investir é muito complexa, e depende da arte de escutar, falar, ver e sentir. Estas coisas o homem bem sucedido deve conhecer bem. O homem que se conhecer bem sabe seus limites e deve saber conduzir todas as situações para que fique sempre distante deles. Nada pode ser constrangedor, forçado; tudo deve fluir natural.

O homem deve evitar, o máximo que possível, exageros. As quantidades são importantes. Nem demais, nem de menos. Não lhe fala muito, nem pouco. Não lhe olha muito, nem pouco. Mas faz tudo isto com intenção. A mulher não pode deixar de saber a verdade. Não mintas pra ela. Senão com boca, fala-lhe com as mãos, com os pés, com os olhos e com as atitudes, mostra gratidão pela presença tão estimada de semelhante criatura, mas procura dosar bem isto: uma dose pode ser a cura ou a fatalidade.

Não exagere em intensidade! Deixa a mulher absorver todo o teu encanto e dá-lhe tempo. Digo-te que as coisas que demoram a esquentar demoram a esfriar. Assim pensa quando quizeres a dama de teu sonho: o tempo que terás com ela pode ser proporcional ao tempo que durou conquista-la por completo. Aqui podes lembrar de que muitos homens sábios conquistam suas esposas diariamente, ou podes lembrar que namoros adolescentes duram o tanto quanto o desejo curioso. Também dá limites superiores ao tempo: a mulher que te faz esperar sem motivo aparente em geral não vale a sua espera.

Tudo depende do estado de espírito do homem. Avalia a tua maneira de pensar. Sede altivo, feliz, otimista, calmo. Cuide bem de teus preconceitos. Não os mostra! Luta contra eles. Não dá chances de seres ridicularizado. Não te ridicularizes, também. Avalia as diferenças de idades, de convívios, de sonhos e pensas isto antes de te aventurar em terreno desconhecido. Nada poderá te surpreender se tiveres pensado em tudo.

Agora pára e reflete no meu texto! Se tu decoras tudo isto para uma mulher certamente perdesse muito tempo com ela, já! Isto deves ter em tua mente e no coração e não direcionado a uma pessoa. Sede antes você mesmo do que ela. Já ouvistes alguém dizer: "Você pensa muito e age pouco", é verdade! Não te deixes cair neste mal. Tudo o que eu disse pode ser feito em questão de segundos usando a bússola de teu coração. Antes de encerrar, digo-te ainda duas coisas:

Não deixes teu coração solto. Não escuta tudo o que ele diz porque ele faz escolhas erradas, ele não avalia hora nem lugar, nem quantidade, nem qualidade. O homem carente precipíta-se a amar a primeira mulher que lhe dá carinho. O ciume é corrosão no coração, irracional e impertinente. Pensa bem e saberás avaliar o que no coração é útil, bom e verdadeiro.

Não deixes tua mente solta! Teu raciocínio pode complicar muito mais do que podes imaginar. Não ignores o poder da simplicidade nem a surpresa da sofisticação, um problema de dosagem. Se teu pensamento segue fixo inventa trabalho, diversão, ocupa tua mente. Ela livre pode se unir ao coração solto e podem juntas alimentar pensamentos pesados e obscuros. Evita tudo o que é ruim, o que te atrapalha, o que tormenta. Sede claro, límpido e transparente a tu mesmo.

20 de novembro de 2008

Investida

Tudo é uma questão de valor. A forma como você valoriza um dado objeto ou uma dada companhia, tudo isto depende do indivíduo, tudo depende de sua maneira de encarar o mundo e de como você se sente de acordo com as normas modistas de sua época.
***
Quando ele conheceu aquela menina de cara notou que ela era qualquer uma. A menina era altamente desenrolada e conversava abertamente como se soubesse tudo sobre relacões sociais e, claro, como se tivesse a mente aberta em relação a diversos assuntos.

O que lhe chamou atenção não foi isto, aliás. A menina tinha pinta de que não era menina de namorico; era uma criatura aberta a relacões um-a-um, dois-a-um, n-a-n, etc...

Começou a investigar. Ela tinha namorado fulano, mas não deu certo. Ficou com dois caras simultaneamente por algum tempo, depois resolveu ficar quieta e acabou se relacionando sério com uma menina. Teve até uma fonte segura que chegou a dizer algo do tipo "nunca vi ela negar nada". Olhando para ela ficava claro que ela não era uma menina de dizer um não quando você atiçasse. Também não tinha nenhum trabalho de esconder suas relações e sua forma alternativa de pensar.

Aí você dá ouvidos à razão, ou ao coração, ou ao orgulho, sei lá! Sente vontade de entrar na jogada mesmo tendo valores quase totalmente divergentes. Aconteceu que ele resolveu pegar a garota. Chegou devagar, conversou, brincou. Na hora "H", na hora em que tudo poderia rolar (meticulosamente calculado depois de toda a investigação comentada) ela deu pra trás...

Hey! Peraê! Como assim? Ela não nega pow! A menina que fica com todo mundo não quer ficar com o cara? Tudo bem, que besteira! Fazer o quê? Não se pode obrigar ninguém a fazer algo que não se quer.

Depois aquilo vai subindo a cabeça e o camarada fica meio complexado, "como é que pode?". Observa os passos dela e fica meio noiado receando a data que ela vai ficar com alguém. Foi assim que ele gamou nela. Vai entender!

29 de agosto de 2008

Uma Boa Posição

Eu ainda não sei bem o que é ser iniciado científicamente. Olhe que quem diz isto é um estudante que fez duas iniciações ciêntíficas no curso de graduação. É que nada aprendi de verdade ou nada desenvolvi que me dê a sensação de tarefa cumprida. Na verdade, nem mesmo de tarefa iniciada. O problema vou contar agora.

Quando no quarto/quinto período do curso, eu pedi iniciação ciêntífica a um professor do departamento de física da UFPE. Ele havia sido meu professor em duas disciplinas e um ótimo professor, diga-se de passagem. Quando eu fui conversar com ele sobre a possibilidade de fazer uma iniciação ciêntífica com ele fui até bem recebido, até que os problemas começaram a surgir.

O primeiro deles é que, devido ao meu retardamento em pedir (demorei muito a dar entrada de fato) eu perdi a bolsa de iniciação científica, pois o professor só dispunha de uma bolsa e já tinha um estudante bolsista no laboratorio. O segundo deles é que eu era estudante da licenciatura e, pelo que deu pra perceber ao longo do tempo, ele sempre achou que eu ia terminar apenas ensinando mesmo, sem seguir carreira acadêmica (mestrado, doutorado) e, por isto, sem ser necessário fazer uma iniciação científica de verdade.

Quanto ao problema financeiro, eu disse a ele que poderia fazer a disciplina Iniciação Científica (IC) assim mesmo, desde que, ao menos, ela contasse no sistema da Universidade como crédito e carga horário realizados. Ele concordou e o resultado é que eu passei nas duas disciplinas "em cima da média", quer dizer, com 7,0 (IC I) e 7,5 (IC II) onde a média de aprovação da universidade é 7,0.

Isto quer dizer que sou um estudante muito ruim, ou um iniciado cientificamente "meia boca", pois todo mundo tira nota razoavel acima dos 8,0 pelo menos, e olhe que esta nota é relativamente baixa... Eu poderia ficar triste e achar que eu tenho algum problema, questão esta que não está fora de cogitação, mas tenho outras perspectivas sobre o futuro e sobre o que aconteceu de fato.

Sim; eu sou um iniciado cientificamente "meia boca", mas acho que a culpa é tanto minha quanto, e talvez mais, dele. Eu não sabia o que era ciência e como é lidar com experiências científicas (e nem sei), e o papel do professor é ensinar ou orientar quanto a este quisito, eu acho que isto não foi feito.

O dia-a-dia do laboratório era sempre o mesmo: fui encarregado apenas de ajudar um estudante de mestrado a terminar seus trabalhos, e o estudante sempre me dava a entender que eu atrapalhava mais que ajudava, uma vez que o trabalho estava já muito adiantado e havia pouco tempo para ele fazer a dissertação de mestrado dele, e tinha que correr.

O professor raramente aparecia. Me deu um trabalho de analogias mecânicas que nunca pôde ser feito na oficina porque ninguém deu muita prioridade, nem mesmo o professor; até dá pra entender visto o pouco tempo que os caras tem. No final eu ficava sem ter o que fazer apenas deixando o tempo passar; só eu não, o professor e os estudantes achavam que estava tudo certo assim. Desde este tempo dava pra sentir que ali não tinha espaço pra mim...

Assim neste regime minha nota ficou no nível dos sete. O professor nunca disse o que queria e deixou deste jeito. Na primeira vez eu concordei que merecia nota baixa, mas depois, na segunda, quando houve um certo esforço em obter os resultados (depois que o estudante de mestrado já não frequentava o laboratório), fico chateado por ele dar sete e meio, depois do laser sair do lugar duas vezes e eu colocando ele de volta; depois de estar tudo na minha cabeça mais ou menos compreendido e depois quando tudo está certo para fazer um bom trabalho de mestrado, que era a minha pretensão naquele laboratório.

Mestrado... Ah! Mestrado... Lá estava eu vagando pelos corredores do departamento me perguntando o que ia fazer no mestrado e resolvi falar com o professor. Então ele me disse, cordialmente, que estava com muitos estudantes e, como seu trabalho era puramente experimental - que precisa de espaço para trabalhar, eu provavelmente ia ficar com um trabalho interrompido ou mal feito se continuasse no laboratório. Em outras palavras: não tem espaço para mim. Depois de algum tempo eu fico me perguntando se esta é mesma a verdadeira razão.

A felicidade, para coroação de um curso cheio de desapegos à vida feliz e normal, foi a notícia de ter sido aprovado no mestrado do departamento. Não poderia haver notícia melhor depois de todo o esforço destes anos ali estudando e aturando coisas sem necessidade que alguns insistem em manter na tradição da física pernambucana.

Em relação a este professor, tema da postagem, eu ainda tinha um assunto pendente - e que vai permanecer pendente indefinidamente: o projeto mecânica da analogia, aquele que mencionei depender da oficina do departamento. Quando fui falar com ele sobre o assunto (e agradecer a carta de recomendação) ele me parabenizou por ter passado no mestrado e, para minha inocente surpresa, soltou um feliz: "Você até ficou numa boa posição" e esta é a frase mais estúpida que alguém poderia dizer a seu orientando, ou ex-orientando, sei lá...

Vamos aos fatos: foram aceitos nove estudantes para o mestrado no DF-UFPE. Minha posição no rank é quinto, ou seja, existem quatro na frente e quatro atrás. Os quatro da frente são do departamento e os quatro atrás, com excessão de um, são de fora. Meu histórico escolar não conta com nenhuma reprovação e média geral entre 8,0 e 9,0. Como sou da licenciatura espera-se que esteja atrás de todos os bacharéis. Sou um estudante pelo menos razoável, não é? Então eu me pergunto: se eu fiquei "até numa boa posição", qual deveria ser o posição que ele esperava?
A minha queixa quanto a isto é que, se não deu para eu "lucrar" com a bolsa de iniciação científica, eu poderia ter ao menos "lucrado" com a aquisição de um conhecimento mais sólido e muito melhor trabalhado; mas até isto foi "meia boca".

10 de julho de 2008

Minha mãe acha que eu preciso de um psicólogo. Pelo menos não é um psiquiatra.

23 de maio de 2008

Essa me foi mandada por Orkut e vale a pena ser repassada aqui:
Rui Barbosa, ao chegar a sua casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:
"Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada."
E o ladrão, confuso, diz:
"Dotô, eu levo ou deixo os patos?"
Esse é Rui Barbosa. Chiquérrimo!!!

14 de maio de 2008

Cruzamento

Uma história de duas pessoas. A primeira delas é um homem... Bem, a segunda delas também é um homem. Podemos concluir que esta é uma história de dois homens. Estes dois indivíduos nunca se cruzaram durante toda a vida, exceto (claro! tinha que ter um exceto) em uns dez minutos um bocado peculiares. Para entender o processo, talvez injustificável (!?) de como aconteceu, temos antes que tomar o início da narrativa duas semanas antes do evento.

Joaquim Tavares (os nomes citados nesta narrativa fazem parte de escolha aleatória do autor, qualquer semelhança com outras pessoas é mera coincidência) estava numa sinuca de bico, quer dizer, numa saia justa ou nunca situação apertada, se é que você me entende... Aí ele achou que uma das soluções possíveis (porque não era única) era se endividar com um camarada que retinha boa parte de dinheiro em seus obscuros cofres de fundo de beco. E assim foi. Depois de algum tempo (uma semana e três dias) Joaquim tinha que pagar a dívida, mas não tinha como. Avisado outrora que acidentes aconteciam, Joaquim resolveu solucionar este problema com o ato de assaltar: dinheiro entra fácil e não tem mais ninguém para se preocupar por isto. Como não era um cara experiente e ainda estava muito receoso, esperou uma semana para realizar seu primeiro assalto. Escolheu justamente aquele outro camarada cujo nome não foi pronunciado no início do texto, lembra? (Se não, favor recomece a ler o texto prestando mais atenção) Pronto.

Adamastor Valente (o outro camarada cujo nome não foi pronunciado no início do texto) era bizarro. Não faço a mínima idéia de onde pode ter surgido um cara daquele jeito (acho que você vai concordar comigo) : deixa eu contar... Adamastor não conhecia absolutamente nada e não sabia de nada. Era como um espectro que nunca existiu e que em poucos segundos já iria deixar de existir, quando talvez dobrasse uma esquina. Tinha pinta de agricultor, mas nunca tinha visto nenhum dos equipamentos que estão espalhados usualmente nas plantações. Ele vagava, naquele dia, como um "zé ninguém" no meio de um mundo que parecia que não conhecia nem um pouco.

Foi neste estado que Joaquim abordou Adamastor.

-- Muito bem! Passe a carteira, celular, dinheiro no bolso? Manda tudo.
Adamastor fica imóvel. Joaquim olha bem para a cara do outro infeliz e se arrepende quase que instantaneamente.
-- Bem, senhor, deseja que eu lhe dê tudo o que tenho? Não posso, tive recomendações para não deixar nenhum estranho levar as minhas coisas.

Joaquim se irrita, queria que tudo fosse rápido e se sente extremamente arrependido.

-- Muito bem, então... (Joaquim saca a arma e ameaça o outro)

Ao passo que Adamastor responde:

-- Ah! O senhor não fica com raiva de mim, não? É que disseram que este mundo era perigoso e tomam suas coisas sem você querer. As coisas que eu tenho eu vou precisar.
-- Hey, calma calma calma calma... Fica quieto! Isto aqui é um arma, não está vendo? Se não me passar as coisas eu juro que te detono.
-- Uma arma? Eu conheço armas muito mais pontiagudas que esta, não acho que poderia me destronar, aliás, não sou rei.

Joaquim pára, olha em volta e não acredita. Aquele cara lá parecia estar falando mesmo a verdade. Era o timbre de voz, sei lá. Joaquim então explica:

-- Esta arma atira... E o que sai daqui de dentro é muito mais potente que qualquer arma pontiaguda. Eu disse DETONO.
-- Lanças são muito eficientes. Isto é melhor que uma lança? Ah, já te disse: não sou rei.
-- Isto vale por mil lanças, um tiro e você morre. Eu falei detonar de detonação: eu te mato!
-- Mil lanças? Porque você quer meu dinheiro se tem dinheiro para comprar mil lanças?
-- Esta arma é emprestada. Estamos conversando muito: passa logo este dinheiro.

Adamastor põe a mão nos bolsos e faz sinal de negativa.

-- Meu nome é Adamastor. Qual o seu?
-- Cala esta boca e passa logo o que você tem aí...
-- Aí onde? Não tenho nada.
-- Nos bolsos.

Adamastor dá mais uma olhada nos bolsos e volta a olhar para o outro infeliz (infeliz aqui se refere ao outro e não a Adamastor, tá?) com sinal de negativa. Joaquim acha, ou tem certeza, que tem alguma coisa ali. Quando pede pela quarta vez e quinta percebe que tem duas alternativas: a primeira é desistir de assaltar aquele cara, a segunda é meter-lhe o cacete: descer o pau no otário. Definitivamente ele estava arrependido de ter escolhido aquele "pinta de agricultor" pobre. Pelo menos serve de lição a escolha do pato.

Quando Adamastor perde a consciência Joquim lhe mete a mão pelos bolsos da calça jeans. Não havia nada, a não ser uma carteira de Hollywood suave, a chave de um cadeado pequeno e areia. Joqum se recolhe com os ciagarros, vira o beco e sai de mansinho (discreto a passos largos) ; talvez orgulhoso da coragem em abordar, talvez arrependido do ato de não conseguir nada.

16 de abril de 2008

Diretas Já

  • Hoje o grande movimento pelas eleições diretas no Brasil completa 24 anos, coincidentemente a mesma idade desta que vos escreve. Ao constatar o aniversário desta data tão importante (não que meu aniversário em 10 de março não seja importante, mas aqui me refiro ao comício das Diretas), não pude deixar de compartilhar minha revolta.
  • Depois de tanta luta, tanta morte, tanto cacete, tanto DOPS pra cá e para lá, vemos que nosso direito ao voto transformou-se de sonho em tédio. Quem, hoje, sente-se estimulado por eleições no Brasil a não ser os próprios políticos? Olhamos aquela lista interminável de candidatos, daqueles famosos até o Zé Pipoqueiro da Praça. O problema é que nem o engravatado nem o humilde nos seduz. Foi para isso que tantos morreram entre 1964 e 1985?
  • Já ouvi dizer que gente boa não se candidata, e que o poder corrompe. Qual então seria a solução?

1 de abril de 2008

Estrelas e Átomos

É sempre muito bom sentar ou deitar olhando as estrelas do céu e mostrar aos amigos que os átomos são divisíveis. Espera aí! Os átomos são divisíveis? Bem, ao menos numa noite brilhante e com amigos tão doidos quanto eu, sim. Aí vem alguém de algum lugar e diz: "mas os átomos são divisíveis!" táa táa! Então pega aquilo lá que forma o átomo, aquilo que seja indivisível, certamente você vai encontrar alguma coisa ali que não seja dividida mais, certo? Muito bem... O que será? Elétrons, neutros, fótons, quarks, cordas, pontos ou seja o que mais! Seja lá aquilo que você acha que não é divisível nós mostramos que é!

Tome 20 átomos (ou aquilo que você ache que seja indivisível). Se existem 2 pessoas que querem os átomos pra si então cada uma fica com 10 átomos! PRONTO! Isto mostra que os átomos são divisíveis!

"Hey!", dirá alguém, "mas e se tiverem 3 pessoas querendo os átomos?"; Então um de meus amigos resolveram a questão: "cada um fica com 6 e ainda sobram 2 átomos!". Não deixo de citar a frase que sucedeu a solução: "Fantástico amigo! Vocâ acabou de descobrir o resto da divisão!".

Hahaha! Tem coisas que só são engraçadas quando se está na madrugada olhando para o céu estrelado e conversando merda no meio-fim de uma festa!

Beijo a todos.

26 de março de 2008

Testamento

Você que só ganha pra juntar
O que é que há, diz pra mim, o que é que há?
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar
Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!
Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!

Pois é, amigo, como se dizia antigamente, o buraco é mais embaixo...
E você com todo o seu baú, vai ficar por lá na mais total solidão,
pensando à beça que não levou nada do que juntou: só seu terno de cerimônia.
Que fossa, hein, meu chapa? que fossa...

Você que não pára pra pensar
Que o tempo é curto e não pára de passar
Você vai ver um dia, que remorso!
Como é bom parar

Ver um sol se pôr
Ou ver um sol raiar
E desligar, e desligar

Ver um sol se pôr
Ou ver um sol raiar
E desligar, e desligar

Mas você, que esperança...
Bolsa, títulos, capital de giro, public relations (e tome gravata!),
protocolos, comendas, caviar, champanhe (e tome gravata!),
o amor sem paixão, o corpo sem alma,
o pensamento sem espírito(e tome gravata!)
e lá um belo dia, o enfarte;
ou, pior ainda, o psiquiatra.
Você que só faz usufruir
E tem mulher pra usar ou pra exibir
Você vai ver um dia
Em que toca você foi bulir!
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não
A mulher foi feita
Pro amor e pro perdão
Cai nessa não, cai nessa não

Você, por exemplo, está aí com a boneca do seu lado,
linda e chiquérrima, crente que é o amo e senhor do material.
É, amigo, mas ela anda longe, perdida num mundo lírico e confuso,
cheio de canções, aventura e magia.
E você nem sequer toca a sua alma.
É, as mulheres são muito estranhas, muito estranhas...
Você que não gosta de gostar
Pra não sofrer, não sorrir e não chorar
Você vai ver um dia
Em que fria você vai entrar!
Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!
Por cima uma laje
Embaixo a escuridão
É fogo, irmão! É fogo, irmão!


(Vinicius de Morais)

27 de fevereiro de 2008

Sozinhos (Parte 4)

Ele era um rapaz inteligente e agradável embora ultimamente andava reclamando muito das coisas. De fato os amigos deixaram de falar com ele, sua família está impossível e o trabalho está insuportável. Coisas boas e duradouras já aconteceram em sua vida e a namorada estava sempre ao lado, resistindo firme e forte com ele, mas só isto não era suficiente. A vida tinha que mudar de alguma maneira.
Acordava e reclamava da família: nada estava certo, no lugar, na hora, na medida. No trabalho chegava resmungando: muita tarefa, pouco tempo, companheiros lerdos e desinteressados no serviço. Depois a namorada vinha e lhe ajudava a desabafar toda a mágoa daquele dia infernal. Ela, porém, ia cansando e eram agora tristes os seus encontros, presos no pensamento fixo e pesado desta conversa rotineira. Ela, enfim, resolveu reclamar também: e houve briga! Ambos para cada lado, mas se amavam muito para deixarem de se ver por iste motivo. Tudo o que a menina desejava era que ele deixasse um pouco a tensão e as reclamações de lado e aproveitasse os momentos deles juntos para que pudessem ser plenos.
O que a briga lhe rendeu, como sugestão da menina, foi a noção de que toda aquela situação estava sendo causada por ele mesmo e que tanta mágoa e tantas reclamações não estavam fazendo bem a ele ou a ninguém próximo: afastava os amigos, não ajudava na situação em casa nem no trabalho e ainda por cima atrapalhava a felicidade de um namoro tão sincero e sólido. Enfim, em momento de ternura inigualável cujo preparo para as pazes era primordial objetivo do garoto, ele resolve confessar para a parceira de sua jornada a sua descoberta íntima:
-- É isto! Eu sou uma merda! Sou orgulhoso e quero tudo perfeito. Não vejo o que os outros trazem de bom para mim, sou um cego para os meus amigos. Tudo o que faço não presta e acho que só estrago nosso amor. Não valho a pena e estou acabando com a minha vida! Estou sendo desagradável a todos e não consigo mudar, sou assim e pronto! O que eu posso fazer? Não sou forte o suficiente para saber lidar com esta situação tensa e difícil e sou um fraco gritando com todos por ai! Sou uma pessoa horrível.
Ela, mesmo triste, continuou com ele. Fazer o quê? Ficar sozinha?

19 de fevereiro de 2008

Conversa Íntima

Fui comprar algodão no supermercado e quando voltei preferí segui um beco em frente e logo sairia atrás do prédio onde moro. No momento que estava no meio do beco estreito, que faz uma curva um pouco discreta, olhei para trás onde haviam pessoas e ninguém olhava aquele beco e quem estava ali. "Neste momento não há ninguém no universo que esteja me vendo, estou fora do campo visual de todas as pessoas", foi o que pensei e tratei de sorrir de canto de boca. Em seguida veio o meu pensamento intervir: "Não! Sempre existe alguém observando, nem que seja Deus!" e eu mesmo achei meio apelativo. No meio de minha conversa comigo mesmo continuo: "Será que é, realmente, este ponto o que valida a existência de Deus para muitas pessoas? Quer dizer: será que as pessoas acreditam em Deus apenas para sentirem que tem atenção nos momentos tristes; porque é muito verdade que quando estamos tristes queremos que alguém olhe por nós, será que é isto que dá segurança sobre a existência divina?" Então meu interlocutor mental concorda: "Não será por isto que certas pessoas dizem que Deus é uma invenção do homem?", "Não sei, mas acho que será um bom tema para colocar no blog quando eu chegar em casa, principalmente agora que Paulinha entrou e lembro que muito antigamente costumávamos conversar sobre estas coisas..."

Paulinha, seja bem vinda (de novo!) e, para os leitores do blog deixo a questão acima: "Será que Deus é uma invenção do Homem?"

15 de fevereiro de 2008

Voltando

Depois de um longo período afastada dos blogs, foi com muita alegria que me reconvidei a participar do blog do meu amigo Thiago. Escrevemos juntos durante um tempo no nosso "Segundo Blog" em parceria com outros excelentes colaboradores. É um prazer estar de volta depois de quase dois anos totalmente dedicados a atividades acadêmicas.

Mas para começar tranqüila, vou apenas fazer uma pergunta baseada em uma ocorrência do dia de hoje em uma banca de jornal do meu querido Rio de Janeiro. A manchete dizia: "FALTAM 12 DIAS". Este é o número de dias que faltam para que a polícia tome alguns morros cariocas em uma operação contra o tráfico de drogas. A pergunta é a seguinte: por que o anúncio assim tão chamativo?
E isso, agora, levou-me a uma nova pergunta: por que já não o fizeram antes?

24 de janeiro de 2008

Início de Ano e Resultados!


Era uma vez um samurai renegado e muito velho já, na verdade ele estava cansado de tanta guerra e de tanta aflição. Ele resolve, então, (porque não?) ensinar mecânica estatística. Guardou sua espada escondida e manteve lá para que ninguém suspeitasse de suas reais intenções, mandou todo mundo se deliciar com suas provas maravilhosas e depois de muito tempo esquecido na história o samurai resolve desenferrujar sua lâmina fatal e passa a espada em sua turma de alunos.

Dizem que se fosse juntado todos os pedaços que ele retalhou seria possível montar outra pessoa; neste momento é impossível não pensar na velha história famosa do doutor Frankenstein... Será que essa era sua real intenção? Será que ele deixou de fazer experiências de singularidades em papel e sobre a nata do leite para testar a constante de young de corpos humanos retalhados? (em ciência se deve testar todas as possibilidades e battousai deve ter imaginado que pessoas retalhadas não teriam a mesma constante que pessoas saudáveis) Será? Eu vi pessoalmente o quanto havia de vermelho em cada prova corrigida.

Bem que ele havia me avisado no dia que lhe visitei em sua sala: "Olha aqui! Um Dez! Que pode cair pra seis e meio ou sete, quem sabe?" Será que foi neste momento que ele resolveu: "perdeu playboy, vai pra final" ? Pois a nota que ele deu pela prova (cópia do gabarito) foi sete e meio. Minha média que seria 7,93 caiu para 6,32: lá se foi meu profissional impecável para o brejo (até parece que eu estava ligando para isto). Detalhe importante: o professor que tinha motivos para me colocar na final, porque eu estava com média 6,67, me passou e battousai que tinha uma disciplina que me empenhei bem e estudei direitinho fez isto...

Muito bem! Nunca havia acontecido este tipo de coisa comigo na universidade, mas agora que senti na pele estou me sentindo muito mais experiente no que diz respeito a isto.

2 de janeiro de 2008

Emancipação da Bahia do Nordeste

Comendo feijoada com meus pais em cima da cama deles, ao assistir o fim do programa Conexão Xuxa de 16/12/07 me assustei com algumas afirmações apesar de eu ter citado a Xuxa , por favor leia este post até o final. Até onde eu entendi, as gravações em Recife e Olinda foram as finais da etapa Nordeste do programa ( "15/12/07 - A grande final em Recife será gravada. Caco Ricci, Jorge de Sá, Adriana Behar, Danielle Suzuki e os adolescentes se preparam. A campeã do vôlei passa perrengue antes da gravação. Quer ver o que aconteceu com ela? Assista!" vide http://conexaoxuxa.globo.com/ENT/Colunas/0,,9932,00-ETAPA+NORDESTE+EXTRA.html).

Dei uma pausa por falta de informação e estou voltando a escrever só hj em 01/01/08 (a tá! Feliz Ano novo pra todos). Até aí, tudo bem. O problema foram as chamadas sobre a próxima fase. No momento que as vi, não quis acreditar no que ouvi; provavelmente eu havia entendido errado. Mas depois do último domingo, tive a confirmação. Depois da etapa Nordeste (com a final em Recife e Olinda), veio a etapa "Salvador"?! ( 01/01/08 - http://conexaoxuxa.globo.com/ENT/Colunas/0,,9322,00-ETAPA+SALVADOR.html). Eu acho isso assustador. Não pelo fato inegável do crescimento da Bahia frente aos outros estados do Nordeste - tanto que já escutei várias vezes o profº Fernando Machado da UFPE falando sobre os grandes investimentos em ciência q a Bahia está fazendo em comparação com Pernambuco - mas pela provável remodelagem "geográfica" do nosso mapa. O interessante disso é perceber claramente qual é a diferença entre estados do nordeste e do sudeste: puramente econômica.

Digo isso pois, a fim de ter mais respaldo no que eu falo, enquanto escrevia o parágrafo anterior, parei no meio pra falar sobre esse assunto com o meu tio Pedro Alcântara. Ele me disse que isso não é novidade: já se ouvia essa história desde início de 1990, principalmente quando o finalmente finado Antônio Carlos Magalhães se elegeu pra senador pela 1ª vez em 1994. Creio eu que uma modificação geográfica deva-se não só a características econômicas, mas também climáticas, culturais e a outros parâmetros sociais. E, pelo jeito, o povo de São Paulo e Rio de Janeiro estão diminuindo esta lacuna via absorção cultural (ou será a velha teoria da conspiração da mídia - através da Globo - empurrando a Bahia neles goela abaixo?).

Eu tenho a tendência ingênua de não me preocupar com o preconceito que não me atinge. Que remarquem as divisas regionais e que os motivos sejam os piores possíveis. Eu não ligo. Só que tenho medo que esse tipo de preconceito me atinja, que a atenção dos próximos governos federais e das empresas nacionais e internacionais fixem desequilibradamente sobre o sul e sudeste (acho q isto já seja verdade, mas não sei onde procurar na net dados que comprovem).

E como nós do nordeste ficamos? Será que a minha revolta é a d ver alguém que se afundava comigo se salvando e não me levando junto? Pode até ser, só que espero que este sentimento se transforme em algo tão nobre quanto sede de justiça, algo como em querer ver o bem igual para todos. Agora ................ não sei mais o que escrever. Tudo isso me cansa ao me fazer pensar sobre um monte de coisas (CPMF, aumento de fiscalização, minha tendência em ser corrupto, etc.).