12 de junho de 2010

Batalha no Monte Negro

Meu roteiro de anime, hahah
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Um senhor de barba branca estacionou no alto do Monte Negro e olhou atenciosamente cada detalhe da paisagens florestal que lhe era oferecida. Cada brecha que existe entre as folhas foi cuidadosamente analizada e o senhor já sabia o que fazer:
-- Eu já o encontrei, Milleto, porque tenta se ocultar na floresta?
Milleto, então, com a espada sagrada do Dragão Zarolho empunhada, aguardou um instante, respirou 2000 cm³ de ar puro da floresta e conjurou seu jutsu:
-- Mordida da serpente persa!
Como se respondendo ao chamado do ninja, uma onda de terra se formou devastando árvores e destruindo relevos. Ao adquirir a forma final de uma cobra gigante, a coluna de terra se moveu com astúcia na direção do velho de barba branca. Aquele senhor, cuja barba amarelava nas bordas, saltou rapidamente para desviar do choque inevitável entre os dois blocos de terra dura. Com o dedo indicador, reservando sua visão ímpar, apontou na direção de Milleto e lançou seu contra-ataque:
-- Tiro do Leopardo Branco!
Um brilhante e reluzente raio branco saiu do indicador do velho e seguiu em linha reta na direção de Milleto, e era tão veloz, que o atingiu em cheio. Devo citar que, quando alcança seu inimigo, o Tiro do Leopardo Branco estrala o som de mil tiros de espingarda enferrujada simultaneamente. Há relatos de sobreviventes a este magnifíco golpe, mas as testemunhas sempre perdem a audição.
"O velho é mesmo forte!", sussurra Milleto para si próprio, à distância. Aquela não haveria de ser uma batalha comum. Era a especialidade de Milleto usar espelhos e ilusões para confundir o inimigo, mas o velho já estava informado quanto a isto, de maneira que o barbado se manteve imóvel no cume depois de cair na poeira. Vislumbrava qualquer movimento entre grãos de areia - "talvez o garoto tenha se escondido em baixo da terra" - sua visão não tinha desvantagens na poeira.
Milleto estava muito bem preparado, afinal de contas, sua única missão era derrubar o grande e lendário Leopardo Branco das Montanhas do Sul. Trazia alguns de seus principais truques e, o melhor, seu orgulho completamente cheio depois do sucesso ao roubar a espada do Dragão Zarolho. Tinha a confiança e a velocidade necessárias para a vitória.
-- Eu não gostaria de me demorar aqui, menino -- Diz o velho quase que para si -- Mas sinceramente não acredito que esta vitória possa ser assim tão fácil, uma vez que você deve ter vindo preparado, não é? Astuto Milleto da tribo do Norte...
-- Antenor! -- Surge inesperadamente Milleto na base do Monte Negro -- Entregue-se e minha missão será cumprida, não é preciso haver mortes.
-- Não seja estúpido garoto! -- O velho surpreendido abre a palma da mão em direção ao missionário e dispara um raio neutro de energia branca. Com o choque do golpe sobe ainda mais poeira e o velho não pôde conferir se acertou, uma vez que sua mão estava na frente.
Derrepente, aparece Milleto com a lâmina de uma espada estranha bem diante de seus olhos, quase lhe dividindo o pescoço. "Deus, como eu não vi?", divaga o velho, enquanto atrás havia outro Milleto:
-- Presta atenção velhote, eu estou aqui. -- Antenor é, então, cortado ao meio pela lâmina de uma espada zarolha. O sangue se espalha vagarosamente enquanto desce o Monte Negro e ainda é visto bem vermelho na brilho cristalino da espada de Milleto. "Os velhos tem que dar espaço para os novos. Você era um cara forte, mas um dia alguém tinha que derrotá-lo, é uma pena ter que ser eu, mas saiba que você era muito admirado", disse Milleto em voz de velório. Levantou o corpo morto, desceu o Monte Negro e se orienta para o Cume do Norte, onde vive a sua tribo.
Enquanto isto, em meio à poeira, um velho de barbas brancas ligeiramente amareladas se oculta e observa o ninja voltando à casa com um corpo falso no ombro: "Quando voltar aqui, criança, estarei melhor preparado para um menino com tantos truques" sussura Antenor para si "Mas agora não tenho tempo para brincar com você".
-- Acontece que eu nem sai daqui -- Diz o verdadeiro Milleto, atrás do velho -- Ora ora... Parece mesmo natural que você também tenha ficado surdo depois de usar tanto um golpe daqueles.
-- Sabe porque eu ganhei esta batalha, menino?
Milleto, sem poder escutar direito, se vira e vê outra imagem borrada do velho na poeira. Antenor continua:

-- Porque eu tenho o terreno sempre preparado. A poeira que está respirando deve estar envenenando cada célula de teu corpo agora, é um dos motivos para o nome do Monte. Antes de mim, o chamavam Monte das Pitangas, mas eu acabei com as pitangas, como pode bem ver... Agora sua morte representa centenas de homens como você aqui, chegando em alguns dias. Tenho que me preparar, mas por hora, não tenho tempo.
-- Ninguém nunca sai vivo do Monte Negro, depois que entra.