9 de dezembro de 2010

Tratamento de choque

Num muro estrelado (que começo lindo hã) eu vejo o néctar da vida que derrama do peito aberto de uma jovem suicida. Que loucura, que insanidade. É preciso chorar.
Eu choro lágrimas embriagadas em um copo de bar, e no copo vazio eu sinto a solidão. A depressão que irá me acompanhar enquanto espero a próxima rodada chegar.

Nos bares as histórias se misturam. Todos tem seu poema, todos tem sua canção. Naquelas mesas sujas eu escuto o conto de João.
"Saia daqui seu imundo, filho de Satanás. Já não é a primeira vez"
João perdeu o emprego por que falou um palavrão.

João pegou suas economias. Tudo o que tinha pra pagar o que devia (a geladeira de sua mãe), e comprou uma arma e saiu pra assaltar.
Assaltou um policial, coitado!

Paz! Ele era só um estudante.
Abaixo a violência!
Quem quer fumar maconha?
Quem quer um baseado?
"Maconheiro safado, quem matou ele foi você. Quem matou ele foi você"

E enquanto isso, o Sol se põe novamente.

Deixamos a vida escorrer pelas janelas e portas enquanto assistimos a programação da tv. Deixamos a vida passar na casa dos vizinhos. É problema deles.
Vendemos nossos corpos nos bares das esquinas. Vendemos nossas almas no conforto de nossas salas.
Vivemos entre loucos e psicopatas. Somos os loucos e os psicopatas
E aqueles que acham que podem se curar,
Receitam rivotril.

4 comentários:

Leonardo disse...

Muito foda. Gostei pra caralho.Sério. =)

Érica Pinto disse...

Gostei dos grifos. Muito bom o texto!

Uljota disse...

Pow Victor, ficou massa cara... Adorei cara, parabéns.

Anônimo disse...

Muito bom..melhorou muito em seus textos,Victor!