24 de agosto de 2010

Tagarelando

No camarim do segundo blog encontrei algumas obras que Eu deixou em rascunho, poemas interminados e cheios de um sentimento de fazer poesia, não sei se por amor à poesia ou ao verdadeiro objeto alvo daqueles versos. Senti falta, enquanto li alguns dos poucos versos escritos pelo companheiro de blog, de mim. Não que eu não esteja comigo mesmo tempo suficiente para que haja possibilidade de sentir falta de mim mesmo, o que poderia ser diretamente interpretado das palavras anteriores, mas senti falta de minhas frases narradas ou pensadas no segundo blog como outrora quando minha intenção era mais distribuidamente alegre e não objetiva. Gostando de escrever pelo simples gosto de escrever, de alinhar idéias e às vezes tentar ser o máximo não-óbvio em poucas ou muitas palavras, me encontro cada vez mais vezes sem palavras certas para escrever despreocupadamente.

Falta de "falta do que fazer", pensei eu. Talvez, respondi em seguida. Mas o fato de você ter ocupações não deveria deixar seus poucos hobbyes para trás. Tudo bem, o tempo é escasso até mesmo para os hobbyes, imagine para as tarefas obrigatórias? Mas a verdade é que nunca acreditei quando companheiros de outros ou desse blog disseram que não havia tempo disponível para escrever mais. Na verdade sempre acreditei, e neste sempre se acrescente o presente do indicativo, que as pessoas param de escrever nos seus blogs porque perdem a vontade. Esta (vontade) está ligada a uma motivação particular que, segundo meu pensamento mais recente, pode não durar para sempre, aliás, não dura quando o principal interesse é regido pelo tempo. Como exemplo concreto posso citar um rápido debate que eu e Eu tivemos hoje a tarde no google talk sobre um contador de visitas para o nosso blog: traria uma motivação temporal da qual pode vir a ser uma desmotivação temporal...

Resumidamente, posso dizer que há tempo para continuar escrevendo, mas o que falta realmente é assunto para tratar da maneira usual, isto é, da maneira que estou acostumado a expor minhas idéias. Assuntos não faltam, já que passo por mudanças e estou ainda no meio do turbilhão das possibilidades de respostas a estas alterações de rotina, mas parece que a anarquia da poeira alta não dá nitidez suficiente para ser claro e objetivo na exposição das idéias que chegam, muitas vezes à cavalgadas, muitas vezes no casco da tartaruga. Logo, o problema poderia ser a preocupação de expor fraquezas e possíveis escolhas erradas no decorrer do caminho, porque mudanças trazem muitos aprendizados e estes incluem as tentativas e erros. Se fosse este o caso, se tenderia a escrever por versos de múltiplas interpretações e idéias incompletas, com o problema geral não particularizado para não ser ridicularizado, ou simplismente não se escreveria, o que me parece ser mais, ou muito mais, comum - este texto seria, sob esta hipótese, um negação de tudo isto.

Naturalmente, pensar na origem da sua própria vontade de fazer ou deixar de fazer algo não é fácil, podendo beirar o impossível, mas eu costumo pensar que mesmo as coisas impossíveis devem ser tentadas de vez em quando, se devidamente se verificou que as consequências são reversíveis.

Eu estou aqui, visitando meu próprio blog com regularidade e em diversos computadores (o que possivelmente renderia uma falsa leitura para um hipotético contator de visitas) da faculdade, onde estou passando a maior parte das minhas horas diárias. Me preparo para voltar a escrever minhas historinhas como um aluado no mundo das idéias, já que somos infelizmente ensinados a evitar se comportar como aluados no mundo das pessoas. A lua, lá no topo da abóbada celeste, está cheia e belíssima, e um aluado hoje estaria muito mais feliz que uma criatura genérica...

Abraço para todos e depois eu volto com outro texto destes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ele é literalmente um menino da lua...
E viva a este ser lunático.