6 de novembro de 2006

A Licenciatura e a Educação Informal

A Universidade Federal de Pernambuco, devido as famosas greves, concede férias a seus estudantes em meses incomuns, como no caso deste ano, como Outubro. Difícil será encontrar uma companhia livre para curtir as férias, por que vários estarão no auge do trabalho. Férias em casa!? huh! É ainda pior para os estudantes que trabalham, pois as férias não coincidirão.
Uma vez que não me enquadro entre os que trabalham, pude aproveitar e participar de um evento incomum no departamento de física (DF) da UFPE, um workshop sobre experiências simples com materiais básicos, recicláveis, como uma garrafa PET ou bexigas de festas infantis. O físico Eduardo Valadares (UFMG) nos contemplou com seu amplo conhecimento na área, exibindo formas práticas de ensino da ciência e de princípios de vários objetos que nos rodeiam, como um apito a partir da garrafa PET e de um "spray" (borrifador) como usual para certos perfumes (feito de canudinhos). Houveram muitas dessas construções dividas entre quatro ou cinco grupos de alunos que depois apresentavam entre si a prática que a equipe realizou. Foi extremamente interessante e simples, mostrando a possibilidade de se trabalhar desta maneira em colégios cuja renda seja irrisória para este tipo de metodologia, importantíssimo para nós alunos da licenciatura e os professores do ensino médio, público alvo do evento.
Lembrando que o curso da licenciatura é "empurrado" ali no departamento, dá pra entender a estranheza dos alunos ao saber que tal evento aconteceu, e também a falta de procura dos professores formados, que já não esperam muito apoio à licenciatura. Li no site da referência¹ a filosofia difundida pelo Eduardo:

"Essas iniciativas despertam o interesse da população e mostram outros caminhos, como a educação informal", diz. Para ele, "temos que ser criativos para vencermos os inúmeros obstáculos da educação".

Infelismente, não é este tipo de investimento interessante para o DF, e assim o curso fica jogado para alunos que gradativamente são menos motivados, fruto do descaso. É por isso que agradeço a todos os professores² que se esforçaram para a realização do workshop, mostrando mais sensibilidade com o problema e tornando possível algum evento relacionado à licenciatura naquele departamento.
Com certeza minhas férias ficaram mais recheadas com coisas úteis e interessantes, como a ciência prática... A educação informal...


Referências:
(1) www.ufmg.br/online/arquivos/000829.shtml
(2) não encontrei referências sobre eles na internet; não prometo mas posso conseguir no departamento.

4 comentários:

Paula Machado disse...

oi, meu amigo!
belo texto! Além de mostrar como a educação pode ser algo divertido, vc fez um belo desabafo sobre a situação da licenciatura. Professor está sempre em segundo plano.

Abraços

Anônimo disse...

Gosto de ver que as universidades investem em iniciativas que primam pela reciclagem de materiais. Elas pensam no futuro. Mesmo que a procura não seja grande, afinal em férias, pouca gente se interessa, eu sei...
bjs
; - )))

Alfaia disse...

Primeiramente eu fico feliz em saber que não é só a Universidade Federal de Rondônia (na qual eu ainda insisto em estudar) que passa por sérias dificuldades. Mas fico triste em saber que esse papo de que a grande maioria das Universidades públicas são sucateadas seja verdade.

E isso me dá um desâââânimo...
:/

Abraço.

Anônimo disse...

Vim por conta da Paula.
O Departam,ento de Física da UFPE é um dos mais conceituados entre as universidades federais, sempre acontecem coisas boas por lá. Nessas minhas férias passarei por Recife, mas o tempo será muito curto para eu conhecer o Departamente pelo qual tenho enorme curiosidade.