(chico Buarque)
O malandro Na dureza
Senta à mesa Do café
Bebe um gole De cachaça
Acha graça E dá no pé
O garçom No prejuízo
Sem sorriso Sem freguês
De passagem Pela caixa
Dá uma baixa No português
O galego Acha estranho
Que o seu ganho Tá um horror
Pega o lápis Soma os canos
Passa os danos Pro distribuidor
Mas o frete Vê que ao todo
Há engodo Nos papéis
E pra cima Do alambique
Dá um trambique De cem mil réis
O usineiro Nessa luta
Grita (ponte que partiu)
Não é idiota Trunca a nota
Lesa o Banco Do Brasil
Nosso banco Tá cotado
No mercado Exterior
Então taxa A cachaça
A um preço Assustador
Mas os ianques Com seus tanques
Têm bem mais o Que fazer
E proíbem Os soldados
Aliados De beber
A cachaça Tá parada
Rejeitada No barril
O alambique Tem chilique
Contra o Banco Do Brasil
O usineiro Faz barulho
Com orgulho De produtor
Mas a sua Raiva cega
Descarrega No carregador
Este chega Pro galego
Nega arrego Cobra mais
A cachaça Tá de graça
Mas o frete Como é que faz?
O galego Tá apertado
Pro seu lado Não tá bom
Então deixa Congelada
A mesada Do garçom
O garçom vê Um malandro
Sai gritando Pega ladrão
E o malandro Autuado
É julgado e condenado culpado pela situação
19 de novembro de 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário