dançava freneticamente
Corpos movendo-se numa coordenação aleatóriaMentes encontrando-se nas pupilas e vibrando juntas
através dos corpos alucinados
Idéias ressoando nos olhares psicóticos dos casais dançarinosAndei no silêncio da noite onde o pio da coruja era abafado
pelo som doentio de músicas sem sentido
O ar gritando no ouvido ruídos insanosA pressão explodindo ao redor, prendendo, aprisionando
A música convidando a enlouquecer
Andei por ruas sujas e fétidas
Onde o cheiro da podridão se misturava ao gosto suave
das nucas perfumadas
O ar impregnado com corpos chocando e espalhando feromôniosSujeira sendo espalhadas pelos pés excitados e incontroláveis
Andei por ruas frias onde o calor dos corpos alheios fervia, queimava
Corpos sincronizando seus batimentos, dançando
a mesma música sem sequer estar a ouvi-la
Corpos tentando tornar-se um. Uno, com o cosmouno com a vida, uno entre si
Mentes tocando umas as outras, acariciando o ego, excitando
Andei por lugares onde cada um fazia sua própria música
Me contagiei e virei um ponto no meio daquelas ruas
e espalhava pelo ar
Onde os pés ritmados perdiam-se por entre bueiros podrese dançavam entre a sujeira
Andei por lugares onde o tato era o único sentido usado, os outros eram ignorados
Andei pelo meio da multidão enlouquecida e me mistureiMe contagiei e virei um ponto no meio daquelas ruas
Um comentário:
Gostei..
E eu também andei, são lugares mais familiares do que minha própria casa.
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